quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

FEITO DE NÓS MESMOS - ESTADO TRANSITÓRIO


 Fotos: Breno César
Findamos em nov/dez de 2012, o projeto Investigações sobre a capoeira Angola e a dança: Dispositivos para a improvisação em tempo real. Sistematizamos relatórios, práticas, pensamentos e ao longo do projeto, apresentamos cinco experimentos cênicos, em cinco diferentes contextos, sendo estes:
-Seminário Nacional de Dança-educação (mar/2012) - Recife-PE;
-Seminário Dança Teatro e Educação (maio/2012) - Fortaleza-CE;
-Homenagem ao Mestre Pastinha - CECA/AJPP (abril/2012) Salvador-PE;
-Semana de Música 2012/UFPE (nov/2012) - Recife-PE;
-Parque Dona Lindu (nov/2012) - Recife-PE;
Com o experimento apresentado em março, no Teatro Apollo - Recife/PE, entendi que parte de nossos modos de fazer improvisação se adequavam a outros espaços-tempos; assim, experimentamos mais esses espaços-tempos e com isso, começamos a performar em ambientes variados, como praias, pontes, praças, ruas e prédios. A partir daí, coletamos memórias, registros, e necessidades individuais para laboratórios de criação.
De sete criadores passamos para cinco que ainda insistem em olhar mais de perto possibilidades de "interfacear" capoeira e dança.
Disso tudo nasce  Feito de nós mesmos, que é  título provisório, aliás, sinto ele quase definitivo, da obra em montagem, e porque não dizer, de uma etapa que procede um ano e meio de investigações coletivas sobre como a capoeira pode fomentar um pensamento contemporâneo em dança para pensar a improvisação como modo compositivo.
Percebo a montagem deste espetáculo como necessidade de compartilhamento de idéias, necessidade de espaços individuais de nosso fazer coletivo que se esgarçaram durante a pesquisa... fazer meu, de Tiago, de Thaynã, de Carol e de Gabrielle.
Nesse processo, o mote da pesquisa - improvisação -, é sutilizado por encontros e roteiros compositivos que fixam sentidos para nós mesmos, mas que se apresentam como janelas temporárias de nossas questões poéticas e políticas sobre a capoeira e a dança.
A improvisação acontece neste processo-produto, como possibilidade de reforçar imagens nossas,  sensoriais e metáforicas. Por isso, arriscamos neste momento, fixar sentidos e propor leituras que se afinam as nossas sensações sobre a pesquisa.
Para mim, Feito de nós mesmos é estado transitório de propósitos que se concluem e que ao mesmo passo se bifurcam em mais e mais possibilidades de se firmar enquanto pesquisa artística.