Desde
julho, muitas experiências pessoais e coletivas deste grupo vem tomando forma,
reajustando e modelando em forma de dança e corpo, uma série de ações.
OUTUBRO
No
mês de outubro, o projeto recebeu um dos professores responsáveis pelo Centro
de Capoeira Angola - CECA/ Acadêmia de João Pequeno de Pastinha (Salvador -BA).
Discípulo direto de
João Pequeno de Pastinha, professor Zoinho, além de estar por uma semana
conosco aqui em Recife, de 03 à 07, também intercambiou seus conhecimentos com
outros dois espaços de capoeira, sendo um a Escola
de Capoeira Perna Pesada e ainda o Ponto
de Cultura São Salomão, ministrando oficinas para grupo e interessados.
Apesar
de considerar que nossas ações sejam estas artísticas ou pedagógicas,
realizadas dentro do projeto Dispositivos
para a Improvisação em Tempo Real, findam neste mês de novembro, considero
que a presença de Zoinho, no mês passado, fechou simbolicamente um primeiro ciclo de ações deste projeto
com a capoeira Angola, dando sentidos a outras várias ações que transitaram, no
período de oito meses, entre a capoeira, a dança e a improvisação. Ao mesmo
passo, abriu novas perspectivas para nós, reforçando a necessidade de outras
ações que estreitem a relação deste grupo com a capoeira Angola em sua
pluralidade, seja esta baiana, pernambucana ou do mundo!
Iê volta do mundo, iê que o mundo dá...
traduz o processo que me distância e me
aproxima o tempo todo da capoeira. Depois de oito meses intensivos de pesquisa
neste terreno, dando voltas e criando paralelos com o universo da dança
contemporânea, a troca constante com Zoinho só reafirma que por mais dança que
exista nessa pesquisa, a baliza do
pensamento desta pesquisa em dança é a capoeira, que como dizia Mestre Pastinha, é "tudo que a boca come".
Sua
vinda foi uma ação realizada pelo Dança
mais eu, ou seja, por nós mesmos, recurso material e fonte inesgotável de
trabalho.