quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ACONTECEU!




         Desde julho, muitas experiências pessoais e coletivas deste grupo vem tomando forma, reajustando e modelando em forma de  dança e corpo, uma série de ações.                 

OUTUBRO
 
No mês de outubro, o projeto recebeu um dos professores responsáveis pelo Centro de Capoeira Angola - CECA/ Acadêmia de João Pequeno de Pastinha (Salvador -BA).                                                                    
Discípulo direto de João Pequeno de Pastinha, professor Zoinho, além de estar por uma semana conosco aqui em Recife, de 03 à 07, também intercambiou seus conhecimentos com outros dois espaços de capoeira, sendo um a Escola de Capoeira Perna Pesada e ainda o Ponto de Cultura São Salomão, ministrando oficinas para grupo e interessados.                                   

 Apesar de considerar que nossas ações sejam estas artísticas ou pedagógicas, realizadas dentro do projeto Dispositivos para a Improvisação em Tempo Real, findam neste mês de novembro, considero que a presença de Zoinho, no mês passado, fechou simbolicamente um primeiro ciclo de ações deste projeto com a capoeira Angola, dando sentidos a outras várias ações que transitaram, no período de oito meses, entre a capoeira, a dança e a improvisação. Ao mesmo passo, abriu novas perspectivas para nós, reforçando a necessidade de outras ações que estreitem a relação deste grupo com a capoeira Angola em sua pluralidade, seja esta baiana, pernambucana ou do mundo! 

Iê volta do mundo, iê que o mundo dá...  traduz o processo que me distância e me aproxima o tempo todo da capoeira. Depois de oito meses intensivos de pesquisa neste terreno, dando voltas e criando paralelos com o universo da dança contemporânea, a troca constante com Zoinho só reafirma que por mais dança que exista nessa pesquisa,  a baliza do pensamento desta pesquisa em dança é a capoeira, que como dizia  Mestre Pastinha, é "tudo que a boca come".

Sua vinda foi uma ação realizada pelo Dança mais eu, ou seja, por nós mesmos, recurso material e fonte inesgotável de trabalho.

Setembro


Em setembro, foram dois artigos comunicados no II Seminário Interseções: Corpo e Memória - Recife - PE.
 
A memória na e para a construção de Dramaturgias Corporais, escrito por mim, reúne reflexões teóricas sobre laboratórios em dança desenvolvidos a partir da investigação de memórias e imagens pessoais que alimentam formas peculiares de criar dramaturgias corporais.                            
O artigo nasce da experiência prática de um corpo sensível ao ambiente e relaciona-se com conceitos teóricos propostos pelo neurocientista português António Damásio (2010) tais como: estados de corpo, imagem e a noção do eu autobiográfico na construção da memória.                                                
 Já o artigo escrito coletivamente por Thaynã, Tiago, Gabrielle, Samara tem como título: Cada pessoa, cada memória um processo: Pesquisa interfaces para a improvisação - Investigações sobre a dança e a capoeira Angola. Nele são apresentados a abordagem de corpo, os objetivos e a natureza dos procedimentos desenvolvidos nesta pesquisa que utiliza a  improvisação tanto como recurso para criação, como procedimento compositivo. Além de apresentar como as memórias e singularidades dos mesmos são inseridas na referida pesquisa e como estas contribuem nas investigações sobre a improvisação, a criação e questões políticas do fazer dança.

O evento foi extremamente rico, trazendo uma diversidade de assuntos e para mim, dentre trocas, bate-papos e reflexões, algumas inquietações já latentes em mim, pareceram não tão mais solitárias. Pude escutar e conversar sobre como a dançarinos de hoje, de uma dança atual e revisitada, mas ainda tão parecida com a de ontem, relacionam-se com a cultura popular...desafios...